Estudante premiado na OBMEP inspira pai a voltar a estudar

 

Alonso de Oliveira concluiu Ensino Médio e faculdade de matemática


Foi depois de se deparar com o nome do filho na relação de aprovados para a segunda fase da OBMEP, em 2016, que a vida de Alonso de Oliveira, 54 anos, começou a mudar. Pai de um casal, Alison e Anita, hoje com 19 anos, Alonso conta que a preparação dos filhos para a olimpíada foi responsável por levá-lo novamente à escola e posteriormente à faculdade de matemática. No período, o ex-técnico de informática ainda teve tempo de conquistar uma medalha de bronze na olimpíada e se tornar monitor do PIC [Programa de Iniciação Científica Júnior].

“Meu filho estava no sexto ano quando passou para a segunda fase da OBMEP. Nem sabia do que se tratava e fui procurar saber. Depois, começamos a preparação para a prova. Fui atrás de provas antigas e exercícios. Era um desafio e ele conseguiu menção honrosa, que pra gente foi como um ouro! Depois disso, ele conseguiu uma vaga no PIC e, para ajudar os meu filhos, acabei voltando para a escola”, revela emocionado.

O retorno à sala de aula foi marcado pelo aprimoramento da matemática e pelo início de uma paixão pelo magistério. Foi também durante a conclusão do Ensino Médio, no Ceja Copacabana, (Centro de Educação de Jovens e Adultos), que Alonso teve a oportunidade de participar da OBMEP e conquistar uma medalha de bronze. 


“Colocaram um estandarte na escola com a minha foto, informação no site, o que foi muito importante, pois os colegas achavam interessante e pensavam: ‘se ele conseguiu, eu também consigo’. Com isso, a coordenadora do PIC acabou me convidando para ser monitor no programa e foi uma época maravilhosa. Meu filho fazia as aulas do PIC e eu era monitor”, explicou orgulhoso.  




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Após concluir a escola, em 2017, o estudante deu início ao bacharelado em matemática na UFF (Universidade Federal Fluminense), via Cederj. A faculdade foi concluída em dezembro do ano passado. Alonso conta que o próximo passo é ser aprovado em um concurso público para a rede pública de ensino.

“Fui aprovado neste ano para uma especialização na UFF. Meu desejo é ser professor de escola pública e quero ser aquele professor que encoraja, que pega aquele  aluno com menos crédito e mostra a capacidade dele. Quero mostrar que estes alunos também podem chegar lá.”

O futuro professor fez questão também de ressaltar a importância da OBMEP para os estudantes.

“A OBMEP tem esse poder de pegar aquele aluno que não tem noção da grandeza da educação e da matemática e falar: ‘olha, temos um projeto para você! É só você se interessar, se inscrever, querer, que teremos um projeto para você.’”