“A matemática me trouxe o raciocínio, e o judô me deu disciplina”

 

Raciocínio lógico, dedicação e muito treinamento. Esses são os passos necessários para trilhar um caminho de conquistas tanto no esporte quanto em competições acadêmicas. Gabriel Duarte, de 14 anos, é vencedor no tatame e na matemática, além de ter começado também a competir em sua mais nova paixão, o xadrez. Medalhista de ouro em duas edições da Olimpíada Brasileira de Matemática (OBM) e ganhador de duas medalhas de prata na OBMEP (Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas), Gabriel afirma que as paixões pelo esporte e pela matemática se completam.

“A matemática me trouxe o raciocínio e o judô me deu disciplina. Nos dois, é necessário ter muita concentração”, afirma. Os princípios de disciplina e dedicação que aprendeu com o esporte são o guia para que Gabriel siga encarando desafios cada vez maiores. A rotina de estudos e treinos é cheia, mas ele não reclama. ”Quando aprendi a organizar meu tempo, consegui estudar, treinar e ainda sobrava tempo para jogar xadrez e me divertir”, explica. 

Toda essa paixão vem de berço, e o pai Gustavo Vasconcelos Duarte, de 52 anos, foi um dos responsáveis por incentivar o estudo e também o esporte em casa. Gustavo é professor e mestre em matemática, além de ex-atleta de judô. “Eu também fui campeão de judô quando era jovem, mas com certeza ele é melhor do que eu fui. Com a idade que ele tem, seguramente ele se desenvolveu melhor do que eu tanto em judô quanto em matemática”, diz.

Foi a persistência que levou Gabriel a ganhar sua primeira medalha na OBM, em 2018, quando estava no 6º ano do Ensino Fundamental. Decidido a se preparar para a competição, se propôs a fazer uma prova antiga da olimpíada por dia, mesmo durante suas férias escolares, e ainda convenceu o pai a corrigi-las. O resultado compensou, e a medalha de ouro de Gabriel foi a única concedida ao eixo Norte, Nordeste e Centro-Oeste em 2018. “É uma alegria muito grande ver que ele se esforça e se concentra nos sonhos dele. O mais bonito é ver que ele faz por prazer, não por obrigação”, orgulha-se o pai.

No tatame, o judoca Gabriel começou aos seis anos e já tem uma coleção de vitórias. Depois de ter sido campeão pernambucano por três vezes consecutivas na etapa estadual e uma vez campeão na regional do Nordeste, Gabriel conquistou o quinto lugar no Campeonato Brasileiro de 2018. Este ano, ele foi um dos representantes do estado de Pernambuco nos Jogos Escolares da Juventude, em Natal, no Rio Grande do Norte.

Foi então convidado a representar o Brasil no Campeonato Sul-Americano de Judô de 2019 e trouxe para casa o vice-campeonato. “Fui aos poucos encarando desafios cada vez maiores. Com muito orgulho, conquistei o vice-campeonato! Foi uma coisa incrível viajar para outro país por causa do meu esforço e representar o judô brasileiro”, conta. 

Usando lógica e estratégia como norteadores em seu caminho, Gabriel segue se preparando para as competições, e hoje ainda tem um novo amor, o xadrez. O jovem foi premiado com o 2º lugar no Campeonato Pernambucano de Xadrez 2020 e, atualmente, ocupa a primeira posição na competição de 2021, mas ainda restam algumas etapas para chegar à final. “Gosto do desafio e da adrenalina! Isso é algo que encontro tanto no judô quanto na matemática. E, pode não parecer, mas no xadrez também! Dentro daquelas 64 casas tem muita emoção”, concluiu.




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