Participantes da 16ª OBMEP compartilham a alegria em conquistar uma medalha

 

O resultado da OBMEP (Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas) divulgado na última semana trouxe não só medalhas e menções honrosas aos participantes, mas também novas perspectivas e planos para o futuro dos premiados. Alunos de todo o Brasil que estão entre os ganhadores das 575 medalhas de ouro, 1.725 de prata, 5.175 de bronze e 51.900 certificados de menção honrosa que a olimpíada distribuirá nesta edição contaram como receberam o resultado.

Um deles foi Luccas de Souza Mendes, 13, que já na sua estreia em uma OBMEP levou uma medalha para o município de Boca do Acre, no interior do Amazonas. Aluno da Escola Municipal Benicio Rodrigues Pena, Luccas conquistou, de cara, uma medalha de ouro no Nível 1. “A olimpíada me tirou da zona de conforto ao testar o raciocínio e criatividade de uma forma inédita”, resume o medalhista, que contou ter estudado de forma autônoma.

Apesar de se dizer surpreso com a dificuldade da prova, o amazonense contou que se preparou bastante. “Visitei o site da OBMEP e estudei as provas e soluções de edições anteriores. Eu estudei sozinho, com pesquisas na internet. Acho que a OBMEP não depende de alguma fórmula ou cálculo, ela explora a capacidade de raciocínio de cada um de nós”, comenta.

Luccas disse ainda não acreditar na conquista e contou que a família também entrou em festa. “Acho que a minha mãe comemorou mais do que eu, pois eu não tinha noção da dimensão do feito que alcancei. Até agora penso estar em um sonho e que posso acordar a qualquer momento”.

Também do Nível 1, a estudante do Rio de Janeiro Giovanna Gualberto de Melo, 14, participou da olimpíada pela segunda vez. Na primeira experiência, na 15ª edição, ela levou uma medalha de ouro para o Colégio Pedro II. Atualmente, é aluna do Colégio Militar do Rio de Janeiro e comemora a segunda vitória com a mesma alegria. “Ser medalhista dá uma certa bagagem para o futuro, porque isso mostra que, desde pequena, venho me esforçando e me dedicando aos estudos”, comenta. 

Na casa de Giovanna, a trajetória de sucesso na OBMEP vem de família. Sua irmã, Fernanda Gualberto de Melo, também foi premiada com menção honrosa na 8ª edição da olimpíada. Hoje, é formada em Direito pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Precursoras nos estudos de matemática na família, as irmãs são filhas de um mecânico e uma assistente de telemarketing. “Todos ficaram muito felizes com a minha premiação! Eu me sinto muito bem, ser premiada em uma olimpíada de matemática é uma sensação incrível e prova que sou capaz”, orgulha-se a carioca.

Já em Bodocó, município de 38 mil habitantes no interior de Pernambuco, a comemoração foi de Matheus Bezerra Luna, 17, participante do Nível 3 que alcançou o primeiro lugar entre os medalhistas de ouro do estado. Nascido em Ribeirão Preto (SP), o estudante atualmente mora na zona rural do município, que tem apenas dois medalhistas nesta edição.

“Desde o 6° ano venho sendo premiado pela OBMEP. No 7° ano, eu estava confiante e esperava superar o resultado anterior, mas ganhei uma medalha de bronze. Fiquei um pouco desanimado, mas isso me fez querer melhorar e estudar ainda mais. Nas três últimas edições, mais familiarizado com a olimpíada, consegui ganhar ouro, o que me deixa bem satisfeito”, conta.

Filho de agricultores, Matheus brinca que a notícia não foi inesperada para a família, que está acostumada com os resultados do filho. “Segundo a minha mãe, este ano não teve surpresa! Mas eles ficaram muito felizes e orgulhosos como sempre. É muito bom conseguir um bom resultado depois de ter me esforçado na preparação. Consegui atingir minha meta de estar em primeiro lugar na competição, então é algo muito satisfatório. A medalha traz a oportunidade de ser reconhecido, de mostrar que quando se tem um objetivo e a vontade de alcançá-lo, é possível”, afirma.

Para alcançar esse objetivo, muitos medalhistas optaram por programas de incentivo a competições de matemática em suas escolas. Foi o caso do medalhista de ouro do Nível 3 Nicolas Vilete Fonseca Linhares, 17. Morador de Nilópolis, no Rio de Janeiro, ele contou como um projeto do Colégio Estadual Marechal Zenóbio da Costa, onde estuda, o ajudou na preparação.

“Temos um projeto na minha escola chamado ‘Sala de Aula Invertida’ em que o professor responsável nos ajuda a estudar e a ter contato com olimpíadas de matemática. Fizemos provas anteriores da OBMEP e estudamos estratégias de prova”, conta. Apesar do preparo, Nicolas disse ter se surpreendido com o resultado e comemorou a notícia com muita felicidade.

“Na hora em que eu vi, arregalei meus olhos sem acreditar e saltei da cadeira sorrindo! Eu realmente queria muito essa medalha e foi como a realização de um sonho. Meus pais ficaram muito felizes. Espero que a conquista me ajude a entrar em uma boa universidade, porque pretendo cursar matemática pura e meu sonho mais ambicioso é, de alguma forma, ficar marcado na história da matemática. Sim, eu sei que é bem ambicioso!”, conta, animado.




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