De Nilópolis, medalhista da OBMEP é aprovado no mestrado

 

Nicolas Vilet, de 18 anos, foi selecionado para bolsa do PICME


O processo de conhecer e se apaixonar pela matemática é natural para esse morador de Nilópolis. Nicolas Vilet, de 18 anos, vem conquistando um desempenho extraordinário desde que decidiu se dedicar aos estudos para a OBMEP. 

O jovem  alcançou uma medalha de ouro na 16ª edição da competição, representou sua escola em um evento internacional e acaba de adicionar um novo êxito à coleção. Com apenas 18 anos, foi aprovado para o mestrado na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com bolsa concedida pelo Programa de Iniciação Científica e Mestrado (PICME).

Nascido em Belford Roxo e morador de Nilópolis, Nicolas afirma que na infância se interessava por jogos de videogame e sonhava em ser engenheiro. Durante o 5º ano do Ensino Fundamental, instigado por um professor, amigo de seu pai, seu interesse pela matemática despontou. 

“Ele ensinou alguns truques e contas, por exemplo, a calcular a raiz quadrada de números grandes como 10 mil. Para a minha idade, era algo incrível. Uma vez, durante a aula de matemática, a professora da escola perguntou se alguém sabia fazer o número 2 elevado à 3, e eu soube responder. A partir dali, lembro de ter me tornado mais curioso e de ter facilidade em matemática”, relembra.

Da paixão pelo desafio ao pódio olímpico

Ao longo da trajetória acadêmica, passou a perceber um interesse ainda maior por questões que demandam o uso da lógica e da criatividade, assim como pela álgebra, onde descobriu sua área preferida, a congruência modular. “A matemática é uma linguagem e me sinto como se fosse fluente em uma língua estrangeira. Acho que sempre gostei de conseguir fazer coisas que não são comuns para os outros”, diz o fluminense.. 

O estudante passou por colégios particulares no Ensino Fundamental, onde obteve menção honrosa na OBMEP, e entrou no Colégio Estadual Marechal Zenóbio da Costa durante o Ensino Médio. Foi então que começou a participar do projeto 'Sala de Aula Invertida', que se baseia no estudo de desafios e estratégias de provas antigas das competições acadêmicas.

 




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Nicolas foi um dos alunos escolhidos para representar o projeto no Fórum Internacional da Juventude Científica (LIYSF, na sigla em inglês), em Londres, evento realizado em julho deste ano. Ele e três colegas, também da rede pública estadual de ensino, foram escolhidos para estar entre os 200 melhores alunos de 50 países diferentes.

O professor Fernando Rocha, que desenvolve o projeto desde 2017, comentou sobre a importância da 'Sala de Aula Invertida’ para os jovens do colégio. “No projeto, Nicolas foi o melhor caso de superação! Mas, todos os alunos que participaram do projeto, estão hoje nas melhores universidades públicas e alguns fora do país. Também percebemos a motivação de outros alunos a estudarem com afinco e entusiasmo”, afirma. 

A Marechal Zenóbio da Costa também foi o local onde Nicolas concretizou o sonho de chegar ao “pódio” da OBMEP, conquistando ouro. “Na hora em que vi, arregalei meus olhos sem acreditar e saltei da cadeira sorrindo! Eu realmente queria muito essa medalha. Foi como a realização de um sonho. Meus pais ficaram muito felizes”, conta com animação.

Com a medalha em mãos, o jovem foi convidado a participar do Programa de Iniciação Científica Jr. (PIC), com aulas aos sábados. “Sempre fui um grande apreciador das questões bem elaboradas e desafiadoras, como as da OBMEP, então resolver essas questões é minha parte favorita do PIC!”, afirma. 

Da escola para o mestrado em menos de um ano

Este ano, o aluno foi aprovado para cursar matemática na UFRJ e, no segundo período da graduação, passou para o mestrado da instituição, no qual receberá bolsa do Programa de Iniciação Científica e Mestrado (PICME) - iniciativa do IMPA que objetiva a realização de estudos avançados em matemática simultaneamente com a graduação.

Desde que recebeu a notícia, os pais e colegas estão cheios de orgulho. “Todos ficaram muito animados e incrédulos. Sou o segundo primo mais novo e, na minha família, poucos possuem formação acadêmica. Nem sei se algum deles fez mestrado, então muitos parentes e amigos chegam a brincar me chamando de celebridade”, diz o medalhista.

Para ele, a aprovação foi inesperada, mas muito bem-vinda. “Fiquei muito feliz! Já sabia que futuramente precisaria fazer um mestrado e isso acelera todo o processo, além da bolsa que é muito bem-vinda. Apesar de tudo, sou bem indeciso quanto ao futuro… No momento, planejo terminar a faculdade, o mestrado, quem sabe fazer um doutorado e me descobrir durante esse tempo”, afirma.