Orgulho em dose dupla na OBMEP na família Santos

 

Quando Crislaine Barreto, de Barbacena (MG), viu a lista de premiados pela 17ª OBMEP, recebeu duas boas notícias de uma só vez: os filhos Matheus, 15 anos, e Thiago Barreto Ferreira dos Santos, 13, conquistaram duas medalhas de ouro. O resultado da 17ª edição da olimpíada foi divulgado na terça-feira (20), trazendo alegria e muito orgulho para os premiados, as famílias e professores.

 

Na casa de Crislaine, os dois filhos mostraram aptidão para a matemática desde pequenos. Matheus, o mais velho, foi o primeiro a se descobrir nas olimpíadas. Foi agraciado com o ouro em três edições consecutivas - 14ª, 15ª e 16ª OBMEP. Em casa, o multimedalhista desafiava o irmão mais novo a resolver as questões da competição. O incentivo levou Thiago a ganhar a tão sonhada dourada na 16ª edição. 

 

Após repetirem o feito, se preparam para comemorar juntos na premiação nacional, em data a ser definida. “Em 2019, estive na plateia vendo o meu irmão receber sua medalha e, desta vez, vou estar sendo premiado ao seu lado”, comemorou Thiago. 

 

Filhos de uma professora da rede estadual e de um comerciante, os mineiros estudam em escolas públicas - Escola Estadual Henrique Diniz e Escola Estadual Adelaide Bias Fortes. As três premiações consecutivas de Matheus abriram as portas para a participação no Programa de Iniciação Científica Jr. (PIC), que oferece aulas de matemática avançada e uma bolsa de R$ 100 do CNPq. 

 

A bolsa permitiu que o mais velho pagasse a internet da casa e comprasse cursos de preparação para olimpíadas. “A OBMEP mudou completamente o modo como enxergo a matemática e todo o meu dia a dia. Espero que meu irmão também possa enxergar isso: a olimpíada abre portas e oferece oportunidades”, afirmou Matheus.

 

Apesar de não ser a primeira vez que a mãe vê os filhos vitoriosos na competição, a alegria foi imensa. “O fato de alunos de escola pública e de família simples conquistarem um resultado tão lindo, encheu meu coração, do pai e de toda a família de orgulho e gratid?o”, disse Crislaine.

 

Professor compartilha alegria dos alunos com premiação

 

Alunos de todo o Brasil estão entre os ganhadores das 575 medalhas de ouro, 1.725 de prata, 5.175 de bronze e 51.900 certificados de menção honrosa que a olimpíada distribuirá nesta edição. Nas redes sociais, muitos professores compartilharam o orgulho dos alunos que conquistaram a tão sonhada medalha. 

 

É o caso de Francisco Vlademir Dedes da Cruz Barros, de Juazeiro do Norte (CE), professor da Escola Estadual Governador Adauto Bezerra. O educador conheceu a OBMEP ainda enquanto aluno, na segunda edição da competição científica, em 2006.  Apesar de não ter conquistado uma premiação, a paixão pela matemática se intensificou em sua trajetória acadêmica.

 

O cearense graduou-se em matemática e, ainda na licenciatura, foi monitor no Programa de Iniciação Científica Jr. (PIC). Quando se tornou professor da rede pública, fez questão de trazer a OBMEP para sua sala de aula. “Os problemas eram atrativos e desafiadores, estimulando os alunos a terem mais interesse na disciplina. O sonho da premiação foi alimentado em mim!”, afirmou. 

 

Este ano, além de três menções honrosas, os estudantes também conquistaram um bronze e uma prata. “Fiquei muito feliz! Finalmente realizei um sonho de ganhar uma medalha da OBMEP e, mais do que isso, pelo talento e esforço dos meus alunos. Sou muito sortudo! Para completar minha alegria, meus dois filhos também receberam menções honrosas e a organização da olimpíada me premiou como professor”, comentou Vlademir.

 

Premiado com o bronze, José Cícero do Nascimento, de 16 anos, ficou surpreso com a notícia. “Eu não esperava ganhar a medalha, por ser a minha primeira vez fazendo a prova, então não sabia como funcionava. Fiquei surpreso e feliz quando recebi a notícia! Minha família também ficou muito feliz e comemoramos juntos”, disse José.

 

No 3º ano do Ensino Médio, José Vinicius da Silva Santos, de 17 anos, foi premiado com a prata. Ele sonhava com a conquista, em sua última olimpíada. “Estudei bastante esse ano, para vestibular e também para a OBMEP, que sempre almejei muito e era uma das poucas medalhas que não tinha no currículo”, explica.

 

A dedicação ao longo do ano e o apoio de Vlademir foram essenciais para a vitória. “Ele viu em muitos dos alunos, inclusive em mim, um potencial. Isso foi sensacional porque me motivou muito, tanto pelo conhecimento que ele tem quanto pelo jeito de passar isso para a gente!"




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