Medalhista em diversas competições científicas, Henrique Assis, de 19 anos, conta que a OBMEP além de ser sua olimpíada preferida, trouxe mudanças significativas para a sua vida. Foi através da bolsa PIC (Programa de Iniciação Científica Júnior), conquistada pela primeira vez em 2017, que o estudante conseguiu ter acesso à internet e pôde aprofundar seus estudos. Antes, o jovem carioca costumava estudar pelas calçadas de Santíssimo, bairro da zona oeste do Rio de Janeiro, usando a internet de estabelecimentos comerciais.

“Me lembro que o único dinheiro que minha família tinha era do PIC e do Bolsa Família [programa de complemento de renda criado pelo governo federal para combater a pobreza e a desigualdade no país]. Foi uma época difícil, mas foi melhorando com o tempo e a OBMEP ajudou muito a minha vida. É minha olimpíada preferida."

Após três anos integrando a equipe do PIC, Henrique conquistou uma vaga no PIC Mentores - programa que oferece a alunos com alta multiplicidade a oportunidade de estudar assuntos avançados em diversas áreas. Os cursos são ministrados por professores universitários. “Escolhi um curso de derivadas que me ajuda até hoje e foi importante no meu curso técnico.”

Henrique concluiu, no ano passado, o curso técnico em eletrônica no Cefet (Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca), no RJ. A escolha remete a uma infância cuja diversão era montar e desmontar aparelhos.

“Eu sempre tive o hábito de olhar para as coisas e tentar saber como elas funcionavam, tinha o hábito de desmontar coisas, desmontei um aparelho de som, já desmontei uma geladeira quando tinha uns nove anos e ainda consegui remontar e ela funcionou, não sei como”, recordou o estudante.

Foi também através da OBMEP que Henrique teve a chance de participar do encontro do Hotel de Hilbert, em Florianópolis, em 2018 - um evento anual que reúne os participantes de todo o Brasil com melhor desempenho no PIC para atividades de imersão na matemática.

Em seis edições da OBMEP, Henrique conquistou 5 medalhas: 1 de ouro, 3 de prata e 1 de bronze, além de uma menção honrosa. O jovem conta ainda que a OBMEP foi a responsável por incentivá-lo a participar de outras olimpíadas científicas, como a de Física e de Astronomia - das quais também é medalhista. No entanto, para o carioca, a matemática é soberana entre as ciências.

“A OBMEP me ensinou muitas coisas que não são ensinadas na escola. A matemática foi como uma porta que se abriu e melhorou muito a minha vida. Acredito que ela é a forma de representar o mundo, é a rainha de todas as ciências e é imbatível. É a coisa mais importante que já vi. Sou muito grato a tudo que a OBMEP me proporcionou.”