Brasil conquista duas medalhas de bronze na EGMO 2023

 

A equipe brasileira garantiu duas medalhas de bronze e uma menção honrosa na 12ª edição da Olimpíada Europeia Feminina de Matemática (EGMO, na sigla em inglês), realizada neste ano na cidade de Portoroz, na Eslovênia. Ao todo, quatro brasileiras participaram da competição científica que começou dia 13 de abril e se estende até o dia 19. Nesta terça-feira (18) ocorre a cerimônia de premiação das participantes. 

As medalhas foram conquistadas por Cecília Mileski de Paula e Bilhana Plamenova Kochloukova. A menção honrosa ficou com Isabela Ruthner Dom. Também participou da olimpíada a estudante Endy Lumy Okamura Miyashita. O desempenho do grupo garantiu ao Brasil a 27ª posição no ranking geral da Olimpíada Europeia Feminina de Matemática, que conta com mais de 200 estudantes de 56 países. 

A professora Ana Paula Chaves, que acompanha a equipe brasileira na Eslovênia, destacou o empenho das estudantes. 

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Essa equipe treinava há um tempo, todas estavam muito focadas nesta prova e muito bem orientadas. É um grupo que já vem inspirando outras meninas bem mais novas a participarem do processo seletivo para representar o Brasil nas próximas edições, um dia. Estamos vendo crescer também o nível que essas meninas estão chegando nos testes para seleção:  jovens e com maturidade muito grande. As perspectivas são muito boas”, avaliou. 

Uma das competidoras, Cecília Mileski, já havia participado da competição internacional no ano passado - no formato online. Ela, que coleciona cinco medalhas de ouro e uma de bronze na OBMEP, conta que foi a competição científica das escolas públicas que a introduziu no universo olímpico. 

“Foi a partir da OBMEP que decidi que queria fazer cada vez mais olimpíadas e aproveitar tudo que elas poderiam me proporcionar. Foi por causa da cerimônia de premiação da OBMEP que andei pela primeira vez de avião e agora, foi a primeira vez que saí do Brasil. Tudo por causa da matemática.”

Quem também conquistou uma medalha de bronze foi a estudante Bilhana Plamenova, de 16 anos. A jovem participou de três edições da OBMEP e conquistou uma medalha de ouro, uma de bronze e uma menção honrosa.

“A OBMEP foi a minha primeira olimpíada nacional e ela me motivou a estudar para as outras olimpíadas como a Brasileira de Matemática e o Torneio Meninas da Matemática.” A estudante classificou a prova da EGMO como “divertida e desafiadora.”

Para o futuro, ela conta que pretende seguir na área de exatas. “As olimpíadas me ajudaram a aprofundar meus estudos na matemática e através delas pude conhecer diversas pessoas que trabalham nessa área, o que me motiva a querer seguir nesse meio", concluiu Bilhana.

Já Isabela Ruthner Dom, que coleciona um ouro e três pratas na OBMEP, diz que a participação na EGMO é um sonho que não imaginava realizar. “É preciso ter coragem para aceitar as oportunidades. A diferença não está somente nos estudos, mas em dizer sim para as portas que se abrem ao longo desse processo”.

As quatro jovens que representaram o Brasil na EGMO estudam no mesmo colégio em Fortaleza, no Ceará. A unidade oferece bolsa de estudos para estudantes de diversas regiões do país que se destacam no universo olímpico.

Histórico EGMO

A Olimpíada Europeia Feminina de Matemática ocorre desde 2012, e funciona no formato similar à Olimpíada Internacional de Matemática (IMO), com duas provas realizadas em dois dias consecutivos. O Brasil participa da competição desde 2017 com acumulado de 1 medalha de ouro, 4 de prata e 14 de bronze. 

“O time ainda está buscando uma certa constância e aprimoramento de resultados para ficar no ranking geral em posições melhores”, explicou a professora que fez questão de enfatizar ainda a importância da competição científica feminina.  

“Existe uma disparidade muito grande da participação feminina em olimpíadas internacionais. Essa diferença nas olimpíadas nacionais já é muito grande a partir dos níveis 2 e 3, principalmente, e quando passamos a representar o Brasil em competição intencional, esse percentual despenca. Esta equipe não teve a oportunidade de representar o Brasil em outras olimpíadas e essa é a grande importância da EGMO.  Isso fomenta a existência de EGMO”, concluiu a professora.

 




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