Alunos do PIC (Programa de Iniciação Científica Jr.) do Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Santa Catarina tiveram seus encontros regionais em setembro e outubro. Foram quase 300 participantes nos três eventos que tiveram programação diversa, com palestras e atividades lúdicas.
Em Porto Alegre (RS), 75 participantes se encontraram nos dias 28 e 29 de setembro com uma programação composta de cinco palestras, sessões de jogos e momentos de lazer. A abertura do encontro foi com a palestra “Podemos mentir com estatísticas?”, de Luciana Nunes, professora do Instituto de Matemática e Estatística da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (IME - UFRGS). Lógica e funções geradoras também foram tópicos abordados.
“Nas palestras foram tratados diversos temas pertinentes para o pensamento lógico e matemático, que concordam com objetivos da OBMEP, contando com palestrantes qualificados”, compartilhou o coordenador regional RS01 Esequia Sauter.
Sauter destacou também que o encontro, neste ano, precisou driblar uma dificuldade a mais, os efeitos das enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul entre abril e maio de 2024. “O evento foi um grande desafio, uma vez que a cidade e boa parte do nosso estado foram diretamente afetados pelas enchentes, produzindo grande incerteza sobre continuidade de projetos tais como este. Porém, o evento aconteceu e foi um sucesso, tanto pela organização, quanto pela qualidade das palestras e participação dos estudantes”.
Já em Minas Gerais, as atividades contaram com 120 participantes, sendo 92 alunos, além da equipe do PIC e palestrantes. O evento aconteceu na Universidade Federal de Ouro Preto, em 5 de outubro. A programação incluiu palestras sobre Geogebra e Plano Cartesiano, assim como atividades mais lúdicas. Entre elas, o desafio do Cubo Mágico e uma oficina de Origami.
O coordenador MG01 Wenderson Marques também ministrou uma palestra sobre o PIC, as mentorias e o Encontro do Hotel de Hilbert, além de outras oportunidades da OBMEP. Para ele o encontro foi um dia de muito aprendizado e uma oportunidade de integração entre alunos, professores e a coordenação.
“A vinda à universidade também é uma forma de ampliar as perspectivas dos estudantes, mostrando aos mesmos as possibilidades de estudo futuras e ampliando suas expectativas de prosseguimento em seus estudos. Para grande parte, especialmente para os que cursam o PIC online, é a primeira vez que visitam uma universidade pública. Por tudo isso, sempre nos esforçamos para realizar o encontro regional e ficamos felizes pelo interesse dos alunos em participar.”
Os participantes do PIC-SC02 também realizaram o Encontro Regional. O grupo de 90 pessoas se reuniu em 28 de setembro em Chapecó, em Santa Catarina. Entre eles, 84 alunos do PIC presencial, e à distância, além quatro professoras, mentores e demais organizadores. O coordenador-geral da OBMEP e diretor-adjunto do IMPA Jorge Vitório Pereira também marcou presença no evento.
A coordenadora do PIC de Chapecó Lúcia Menoncini chama a atenção para as mudanças positivas na vida escolar e social que acontecem com a participação no programa.
“O PIC promove muitas transformações na vida dos estudantes, como desenvolvimento do raciocínio lógico e organizado. Isso é fundamental na vida das pessoas. O PIC também tem oportunizado o desenvolvimento social dos alunos. Eles estão melhores conectados com o mundo e conhecendo as experiências dos colegas com o programa.”
Felipe Fernandes, 16, aluno do PIC de Chapecó, ressalta que o programa promove o encontro de jovens com interesses e objetivos em comum. “O PIC é incrível, a gente está em uma sala onde todo mundo tem os mesmos interesses. A matemática é o comum entre todos”. A viagem para o Encontro Regional também foi marcante.
“O Encontro do PIC foi fortificando a nossa amizade, a gente já era amigo, agora a gente já não consegue pensar sem o outro de tanta conversa, tanta risada que ocorreu nessa viagem”, disse.
Professores parceiros do PIC enxergam que a participação no projeto mudou a dinâmica de trabalho. Para eles, uma das grandes contribuições do programa é trazer o desafio, a superação para realidade de trabalho. Além disso, o programa tem auxiliado no interesse dos professores por pensar novas alternativas na resolução de questões matemáticas.
“As questões do PIC nos desafiam, nos fazem buscar mais, querer mais para a gente conseguir compreender o funcionamento da questão, as estratégias. São questões diferentes do que normalmente a gente trabalha em sala de aula. Nesses três anos a minha prática pedagógica mudou, eu tenho melhorado como professora e esse é um dos meus objetivos de vida, estar melhorando a cada dia”, compartilhou a professora Juciele Bittencourt, do PIC de Chapecó.
Para quem está começando na graduação em matemática, a formação do PIC também pode ser interessante. A graduanda em matemática Alessandra Suave e participante do PIC percebe que o programa auxilia a unir o conhecimento teórico da graduação com a vivência e ensino da matemática em sala de aula. “É como se estivéssemos colocando tudo em prática e estudando. Ele acrescenta muito na nossa formação, nos torna cada vez mais ‘professor’. É como se fosse uma formação complementar, com mais aprofundamento”.