Por onde andam alguns medalhistas da primeira edição da OBMEP, em 2005?
O amazonense Jaderson Pará Rodrigues, 27 anos, medalhista de ouro em 2005, está lecionando matemática, desde outubro de 2014, no Instituto Federal do Amazonas – Campus Zona Leste. E em 2015 ele pediu para assumir, no Instituto, as aulas preparatórias para a OBMEP e OBM.
O IFAM é de tempo integral, e as aulas preparatórias começaram a ser dadas este mês, uma vez por semana, para um grupo de 20 alunos. “Para essa primeira turma, selecionei os mais interessados”, disse o professor.
Segundo ele, o colégio não tem tido bons resultados na OBMEP, e a ideia é reverter essa situação. Mas de onde vem a motivação para, voluntariamente, dar essas aulas extras?
“O que me motiva é poder trabalhar com os alunos as questões de olimpíadas, que são divertidas e estimulantes. Gosto muito de matemática e também de ensinar, e o lado financeiro jamais teve um peso maior nas minhas decisões”, explica.
Vamos voltar um pouco no tempo. Jaderson estudou no Colégio Militar de Manaus desde a antiga 5ª série até o 3º ano. Foi justamente quando ele estava no 3º ano que aconteceu a primeira OBMEP, da qual ele participou.
“Naquele ano, o estado do Amazonas teve dois medalhistas de ouro, e fui um deles”, conta.
Em 2006, mesmo já fazendo a graduação em Matemática na Universidade do Estado do Amazonas, ele participou do primeiro Programa de Iniciação Científica da OBMEP, oferecido aos medalhistas de 2005.
“Fui o único representante do Amazonas no 1º EMO, em janeiro de 2007”, lembra, saudoso.
Jaderson conciliou a licenciatura em matemática, a qual foi concluída em 2009, com um emprego como servidor público.
“Fiz o concurso em 2005 e fui chamado em 2006, e trabalhei como servidor da Secretaria de Estado de Fazenda por oito anos, até 2014”, detalha.
Até que no ano passado ele pôde se desligar do antigo emprego por ter passado em um outro concurso, desta vez para professor de matemática no IFAM.
A vontade de aprofundar os conhecimentos em matemática fez com que Jaderson ainda encontrasse tempo para fazer o Profmat entre 2012 e 2014.
“Fui da 2ª turma do programa e o concluí em outubro de 2014, na UFAM. Acima de tudo, o Profmat é um programa de inclusão do professor de matemática que vive longe dos grandes centros urbanos. Ele permite que pessoas de diversos lugares afastados façam um mestrado de qualidade em matemática”, diz.
Sobre o que o levou a fazer uma licenciatura em matemática, ele diz que a paixão pela disciplina falou mais alto, e que o PIC Jr. e o EMO também contribuíram para a decisão.
“O PIC Jr. e o EMO me motivaram a fazer e a continuar na matemática, porque na minha escola, no ensino médio, havia um incentivo para que optássemos por carreiras tidas como mais nobres”, diz.
Jaderson está animado com as aulas preparatórias no IFAM e “aposta” em algumas premiações já este ano.
“Antes de qualquer coisa, os alunos – e seus responsáveis – devem ser sensibilizados quanto à importância da OBMEP, que pode abrir muitos horizontes. A olimpíada possibilita que alunos de qualquer parte do Brasil, de qualquer classe social, se destaquem somente pelo seu desempenho nas provas”, conclui o professor.