Tiago Emílio Siller, de Domingos Martins (ES)

 

Tiago Emílio Siller, 20 anos, participou pela primeira vez da OBMEP em 2006, quando estava na 6ª série, e conquistou uma medalha de ouro. Nas cinco edições seguintes da Olimpíada, ganhou mais uma medalha de ouro (2008), três de prata (2007, 2010 e 2011) e uma menção honrosa (2009).

 

Hoje Tiago está cursando o 5º período do curso de Matemática na Universidade Federal do Espírito Santo, em Vitória, e na própria UFES ele faz o Programa de Iniciação Científica e Mestrado (PICME), da OBMEP.

 

 

- Com a bolsa do PICME, não preciso conciliar a faculdade com um emprego e posso dedicar todo o meu tempo aos estudos. Minha família não teria condições de custear as despesas relacionadas a uma graduação em outra cidade, mesmo eu estando em uma universidade federal – diz.

 

 

Tiago nasceu em Domingos Martins (ES), cidade que está a 42 quilômetros da capital capixaba (Vitória) e que tem cerca de 34 mil habitantes. Os pais ainda moram no distrito de Ponto Alto, na zona rural da cidade, e são pequenos produtores de café.

 

 

- Meus pais sempre me incentivaram a estudar, porque viam nos estudos uma chance de eu ter uma vida melhor do que a deles na roça – conta Tiago, que cita como uma das lembranças da infância no sítio em que foi criado o “cheiro bom de café”.

 

 

Do 1º ano do Ensino Fundamental ao 3º ano do Ensino Médio, estudou na EEEFM Ponto do Alto. Até que, em 2012, aos 17 anos, se mudou para Vitória para fazer um curso pré-vestibular para o qual ganhou uma bolsa de estudos integral.

 

 

A opção por um curso universitário de Matemática foi ganhando força ao longo do Ensino Médio, e um professor em especial teve influência em sua decisão.
- Tive um professor de Matemática chamado Edinho que foi muito importante no meu desenvolvimento escolar. Foi o que mais me incentivou a participar da OBMEP. No 3º ano do Ensino Médio, ele chegou, inclusive, a usar o resultado na 1ª fase da OBMEP como um dos critérios de avaliação dos alunos – lembra Tiago.

 

 

Também pesou muito na sua decisão acadêmica a participação no Programa de Iniciação Científica Jr. da OBMEP (PIC) entre os anos de 2007 e 2011, no polo de Marechal Floriano.

 

 

- Além dos conhecimentos adquiridos e da bolsa do CNPq, que ajudava no orçamento da minha família, outro grande legado do PIC foi me despertar para a possibilidade de fazer uma faculdade. A OBMEP e o PIC me fizeram começar a pensar em fazer um curso superior. Hoje estou na universidade, fazendo Matemática, por causa da OBMEP – avalia.

 

 

O estudante também participou de dois Encontros de Medalhistas de Ouro (EMO) realizados pela OBMEP, em janeiro de 2008 e janeiro de 2010, em Nova Friburgo (RJ).

 

 

- Ser convidado para esses encontros me deixou mais seguro em relação ao potencial que tinha. As palestras e atividades em geral eram ótimas. Aprendi muito. Voltei para casa mais motivado e considerando fazer uma carreira em Matemática - conta.

 

 

Tiago guarda boas lembranças das viagens que fez para participar do EMO e das cerimônias de premiação nacional da OBMEP.

 

 

- A primeira cerimônia nacional de que participei aconteceu em 2007, em Recife, e foi a primeira vez em que viajei de avião. Já a outra, em 2009, foi no Rio de Janeiro – lembra.
Ao longo do Ensino Fundamental e do Ensino Médio, em Domingos Martins, Tiago teve uma rotina de estudos diários. Nos fins de semana, acompanhava a família na missa e, de vez em quando, jogava bola com os amigos.

 

 

Hoje, em Vitória, morando com uma tia, a rotina não é muito diferente.

 

 

- Durante a semana vou para a faculdade cedo e estudo à tarde. E nos fins de semana, além de estudar, também descanso um pouco – diz.

 

 

Para o orientador de Tiago no PICME e Coordenador Regional da OBMEP no Espírito Santo, Florêncio Guimarães, a dedicação do graduando aos estudos tem se traduzido em ótimas notas.

 

 

- Dá gosto corrigir as provas dele. Trata-se de um dos melhores alunos do curso de Matemática da UFES – Diz Florêncio.

 

 

O jeito calado e a timidez não inibem os projetos do rapaz, que pensa em fazer Mestrado e Doutorado no IMPA, e já tem uma área predileta dentro do universo da Matemática: Análise.
Ele acrescenta que um dos seus sonhos é ver um jovem de “origem simples” como ele se desenvolver no meio acadêmico e conquistar uma Medalha Fields - premiação mais importante da Matemática, conquistada no ano passado pelo pesquisador do IMPA Artur Ávila.

 

 

- Quando faz o que gosta e é perseverante, a gente pode ir longe – acredita Tiago.

 




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