Matemática para todos. Foi em busca disso que um grupo liderado pelo professor Inácio Athayde Oliveira, da Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal, e autor de um projeto de releitura em Libras das questões da OBMEP, visitou o IMPA para propor ações que ampliem a inserção de estudantes surdos na área de matemática.
Acompanhado do professor de Libras da Universidade de Brasília (UnB), Messias Ramos Costa, que é surdo; da professora intérprete Marcilene Carvalho; e dos estudantes Hellen da Silva Mendes e Guilherme Granjeiro da Silva, ambos surdos, o grupo fez uma visita guiada às instalações do IMPA e depois foi recebido pelo diretor-adjunto da instituição e coordenador geral da OBMEP, Claudio Landim, e pela chefe da Divisão de Provas e Premiações da OBMEP, Mônica Souza.
“O meu desafio, como professor de Matemática, é fazer com que o ensino da disciplina para alunos surdos evolua. Pensei que poderia fazer isso por meio das provas da OBMEP”, relatou Inácio, que leciona no Centro de Ensino Fundamental 8 Gama, em Brasília, polo de estudantes surdos, onde ele desenvolve o projeto, financiado pelo CNPq.
O projeto une Libras, linguagem matemática e o português escrito, por meio da releitura das provas em vídeo, traduzidas na Linguagem Brasileira de Sinais por estudantes surdos dos anos finais do Ensino Fundamental. Oliveira aproveitou a visita para apresentar parte do material produzido, no qual os alunos apresentam e resolvem, com materiais pedagógicos visuais, questões das edições da olimpíada realizadas em 2016 e 2017.
Durante o encontro, Oliveira e Messias propuseram ao IMPA a criação de um glossário de termos matemáticos na Língua Brasileira de Sinais e também a elaboração de vídeo-provas da OBMEP em Libras, assim como ocorreu pela primeira vez este ano no Enem. Atenta às ações inclusivas, a coordenação da olimpíada disponibiliza a prova nas versões em braile; em texto ampliado, para quem tem baixa visão; e também com apoio de um intérprete em Libras. A ideia foi bem recebida, mas depende de recursos.
“Tenho esperança de que o IMPA, pela excelência e liderança, possa nos ajudar a ampliar esse movimento de inclusão pelo Brasil. Temos que unir forças. É muito básico o material o que existe sobre matemática na área”, observou Messias, doutorando em Linguística na UnB.
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