Reprodução do blog Ciência & Matemática, de O Globo, coordenado por Claudio Landim.
Claudio Landim é Diretor Adjunto do IMPA e Coordenador-geral da OBMEP
Foto: Reprodução
As tabelas abaixo apresentam o desempenho de escolas na prova da segunda fase da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP), em 2018, por dependência administrativa.
A OBMEP tem duas provas e três níveis, por escolaridade. O nível 1 compreende os alunos do 6º e 7° anos do Ensino Fundamental; o nível 2 alunos do 8° e 9° anos; e o nível 3 alunos do Ensino Médio.
Todos os inscritos resolvem o exame da primeira fase, composto por 20 questões de múltipla escolha. Em 2018, foram 18.237.996 alunos de 54.498 escolas de 99,7% dos municípios do país. Em cada escola, em cada nível, classificam-se para a segunda fase os 5% com as melhores notas. Na prova da segunda fase os alunos devem resolver seis problemas, divididos em vários itens.
A OBMEP foi aplicada pela primeira vez em 2005, apenas para alunos das escolas públicas. Em 2017, ela foi estendida às escolas particulares. Disponível na internet, a prova pretende detectar alunos com talento para matemática. A resolução dos problemas requer mais capacidade de raciocínio, lógica e criatividade do que conhecimento em matemática. Mas, naturalmente, uma boa formação em matemática contribuirá para um melhor desempenho.
A nota máxima na prova da segunda fase é 120. Médias baixas não devem impressionar. Trata-se de uma olimpíada, com alto grau de dificuldade. Detectar alunos com muito talento requer problemas engenhosos. Os últimos problemas da segunda prova – o sexto, em particular – e os últimos itens de alguns outros exigem muita sagacidade. Apesar disso, todo ano e em todos os níveis, surgem alunos de escolas públicas e privadas com notas acima de 110.
Em cada tabela, a primeira coluna indica a dependência administrativa, a segunda o número de escolas inscritas na OBMEP em 2018. Note que a mesma escola pode aparecer nas três tabelas. Basta que ela tenha inscrito alunos nos três níveis. A terceira coluna informa o número de alunos classificados para a prova da segunda fase e a última a média desses alunos.
Portanto, em 2018, 16.445 escolas estaduais inscreveram alunos do nível 2 na OBMEP. Desses, 136.821 se classificaram para a segunda fase. Na segunda fase, a média desses alunos foi 16.75, em 120 pontos possíveis.
Os resultados de 2017 não diferem qualitativamente dos de 2018.
O grupo das escolas federais com alunos de nível 1 e 2 consiste, essencialmente, dos colégios de aplicação de universidades federais e do Colégio Pedro II. No nível 3, juntam-se os Institutos Federais e os Centros Federais de Educação Tecnológica (CEFET) a esse contingente. A última linha da tabela do Nível 3, indicada por Federal*, corresponde às escolas federais que inscreveram alunos no nível 1 e 2.
Na categoria dos colégios militares, foram incluídas todas as escolas que no ato da inscrição na prova da OBMEP declararam priorizar filhos de militares na matrícula ou que incluem a palavra militar no nome.
Os números falam por si. Na média, há um fosso entre o ensino público estadual ou municipal e o resto; não há diferença entre o ensino público federal, colégios militares e escolas particulares; os colégios de aplicação e o Pedro II se destacam claramente.
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