O diretor-adjunto do IMPA (Instituto de Matemática Pura e Aplicada) e coordenador-geral da OBMEP, Claudio Landim, foi homenageado com Moção de Aplauso e Louvor por sua contribuição à ciência na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), nesta segunda-feira (13). A condecoração aconteceu durante a cerimônia da segunda edição do Prêmio Paulo Freire, promovido pela Comissão de Educação da Alerj, presidida pelo deputado estadual Flávio Serafini (Psol).
Landim representou outros quatro cientistas na cerimônia: Fernando Garcia de Melo e Patricia Rieken Macêdo Rocco, da UFRJ, Angela De Luca Rebello Wagener, da PUC-Rio, e Ronald Cintra Shellard, ex-diretor do CBPF, que faleceu em 7 de dezembro. A moção também reconheceu a recusa de 21 pesquisadores, entre os quais Landim e Carlos Gustavo Moreira, à Ordem Nacional do Mérito Científico, em solidariedade a colegas que tiveram a honraria revogada.
“Parece que nunca ficou tão claro para o país a importância da ciência nessa época da pandemia, a necessidade de desenvolver pesquisas para encontrar remédios, vacinas, que possam evitar a catástrofe. Nesse momento, nós vemos ao contrário, que a ciência está sendo pouco valorizada”, destacou o pesquisador, em seu discurso de agradecimento.
Landim chamou atenção para a disparidade entre o nível da pesquisa matemática das universidades e o grau de aprendizagem da disciplina nas escolas brasileiras. “Ao mesmo tempo em que a matemática brasileira entrou, em 2018, para o Grupo 5 na União Matemática Internacional, que reúne os melhores países na matemática; no PISA, os resultados dos alunos brasileiros são muito fracos, a nível da América Latina. Há um enorme descompasso. É um país de contraste”, frisou.
Serafini agradeceu a presença do diretor-adjunto do IMPA na solenidade e o parabenizou por sua contribuição à ciência. Diante do atual cenário da educação brasileira, iniciativas e pessoas que se esforçam para mitigar as desigualdades no setor merecem ser reconhecidas, destacou o deputado.
“No último período a gente viu como as desigualdades estruturais que marcam a nossa sociedade se refletiram no processo educacional, ampliando ainda mais o fosso já tão marcado da educação brasileira. […] Quem está aqui hoje sendo homenageado é porque de alguma forma contribui para enfrentar as desigualdades e os diferentes desafios que ainda marcam a educação brasileira”, disse.
Na cerimônia, também foram entregues diplomas para os autores dos 23 projetos condecorados pelo Prêmio Paulo Freire 2021, iniciativa da Alerj para reconhecer esforços pedagógicos de professores durante a pandemia de Covid-19 no estado do Rio de Janeiro. A honraria premiou projetos de diferentes modalidades: experiência pedagógica no ensino à distância, na área de Ciência e Tecnologia, na educação de jovens e adultos, entre outras.
Presidente da Comissão de Ciência e Tecnologia da Alerj, o deputado Waldeck Carneiro (PT) qualificou a crise decorrente da pandemia no campo da educação como possivelmente “a principal crise da história do aparelho escolar brasileiro”, em razão dos efeitos a longo prazo que serão sentidos. “Aprofundou-se a desigualdade, que já é infelizmente uma marca da organização do sistema escolar no Brasil. Portanto, é mais importante ainda reconhecer como profissionais da educação, de escolas e instituições, se reinventaram neste processo.”