No dia em que se comemora o Dia Internacional da Mulher, a medalhista de ouro da OBMEP, Melissa Mariana Guedes de Souza, de 13 anos, teve a oportunidade de participar de uma entrevista especial da GloboNews sobre o desafio da igualdade de gênero na ciência e tecnologia.
O programa “Edição das 18h” ouviu, nesta quarta-feira (8), a ministra Luciana Santos, do MCTI (Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação), e permitiu que mulheres com diferentes experiências destinassem perguntas à entrevistada. Confira aqui a entrevista!
Melissa, estudante da rede municipal do Rio de Janeiro, falou sobre como enxerga a ciência e perguntou qual dica Luciana Santos daria a uma jovem como ela.
“Se eu fosse definir a ciência em uma só palavra seria “avanço”, pois todo o conhecimento proporcionado pelas pesquisas me permite descobrir sobre o mundo ao meu redor e a ter o pensamento mais crítico e consciente sobre situações do dia a dia. Isso é o que mais me fascina e me motiva a aprender. Qual dica você daria para um jovem que deseja ser engenheira e cientista”, indagou a estudante.
Luciana Santos orientou a jovem a acreditar nos sonhos e aproveitou para destacar a importância da OBMEP na vida de jovens estudantes.
“Ela fazendo a OBMEP vai conseguir explicar muitos fenômenos através da matemática. A OBMEP foi criada no governo do então saudoso Eduardo Campos [ministro de Ciência e Tecnologia em 2005] que nada mais, nada menos, teve [ano passado] 18 milhões de brasileiros [inscritos]. É fantástico! Parabéns a essa jovem menina por ter participado dessa olimpíada. O que desejo é que ela acredite no seu sonho”, concluiu.
A entrevista contou também com perguntas da astrônoma, Duília de Mello, e da engenheira de software, Beatriz Tamarindo.
De acordo com a Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), de todos os pesquisadores do mundo, apenas 26% são do sexo feminino e 74% das mulheres têm interesse em fazer pesquisa nas áreas de tecnologia, engenharia, matemática, entre outras.
No contexto nacional, a ministra Luciana Santos, aproveitou a conversa para destacar que do total das bolsas de iniciação científica disponibilizadas, 60% são para mulheres. No entanto, apenas 35% permanecem com bolsa de produtividade, "revelando que há um conjunto de práticas machistas no meio do caminho que faz com que elas interrompam a carreira, como o cotidiano das mulheres que assumem dupla ou tripla jornada”, afirmou a ministra.