A primeira fase da Olimpíada Mirim-OBMEP, organizada pelo IMPA (Instituto de Matemática Pura e Aplicada) , foi realizada nesta segunda-feira (28). Com mais de 4,2 milhões de inscritos, a competição tem o objetivo de transformar a relação das crianças com a matemática através de propostas lúdicas e criativas nos primeiros anos do Ensino Fundamental. Ao todo, 29.657 mil escolas participam da competição.
Sthella Borges, 11 anos, da Escola de Educação Básica da Universidade Federal de Uberlândia/MG (Eseba), participou da competição pelo segundo ano seguido e considera a matemática divertida. “Ano passado, fui para a segunda fase. A Olimpíada Mirim é diferente das provas da escola, é bem legal! É divertido e parece uma brincadeira”, conta ela.
A aluna, que adora expressões algébricas, já pensa no futuro e nos próximos passos para participar da OBMEP, aplicada a partir do 6º ano. “Quero a medalha de ouro na OBMEP”.
Felipe Moreira, 11 anos, da mesma escola, achou o exame fácil, apesar de matemática não ser sua matéria preferida. “Nas outras provas de matemática, preciso fazer contas e nesta posso usar mais a lógica. Gosto muito de ciências, mas tenho facilidade na matemática.”
Para o diretor-adjunto do IMPA e coordenador da OBMEP, Claudio Landim, a olimpíada também tem um papel de desmistificar a matemática. “Nesta segunda edição da Olimpíada Mirim-OBMEP, chegamos a mais de 4 milhões de participantes. Torcemos para que as crianças tenham se divertido resolvendo os quebra-cabeças, e a matemática deixe de ser uma aflição para se tornar uma distração.”
A professora de Matemática da Eseba Arianne Vellasco conta que o colégio incentiva a participação dos estudantes na competição científica através de oficinas, com questões da prova do ano anterior. “É muito interessante ver a concentração deles durante a prova. Eles estão muito motivados com a prova, todos querem participar da segunda fase.”
Henrique Henning, 9 anos, cursa o 3º ano na Escola Municipal Machado de Assis, em Blumenau (SC). Ele conta que na primeira edição da olimpíada, no ano passado, não se classificou para a segunda fase. Porém, neste ano foi diferente.
"Acertei 14 questões esse ano, mas até achei algumas questões difíceis. É legal saber que vou para a segunda fase. É uma prova bem diferente da que fazemos no colégio."
A pedagoga Rosinei Pedrotti, da Escola Básica Municipal São Roque, em São Lourenço do Oeste (SC), organizou as inscrições com a coordenadora Sonia Martha Giachini. Os alunos aprovaram a ideia, e a adesão foi alta.
“Eles gostam de participar da prova, é um incentivo a mais. Alunos do 4º ano nos falaram que foi um ‘teste de inteligência’. A escola é numa cidade do interior, e a olimpíada traz melhorias na educação básica e fortalece a autoestima deles”, conta.
Crescimento de 55% de alunos em relação a 2022
Com 4,2 milhões de estudantes do 2º ao 5º ano do Ensino Fundamental, este ano o número de participantes é 55% maior do que o do ano passado, quando 2,7 milhões de alunos realizaram a primeira fase da competição.
A competição é composta por duas fases, ambas aplicadas pelas escolas. A primeira etapa consiste em uma prova classificatória com 15 questões de múltipla escolha. Os classificados participam da segunda fase, em 9 de novembro, também composta de 15 questões objetivas. O conteúdo das provas corresponde ao grau de escolaridade dos alunos, que são divididos nos níveis Mirim 1 (2º e 3º ano do Ensino Fundamental) e Mirim 2 (4º e 5º ano do Ensino Fundamental).
Para celebrar o desempenho dos alunos, a Olimpíada Mirim vai disponibilizar certificados digitais correspondentes a medalhas de ouro, prata e bronze.
A competição científica mirim é uma realização do IMPA com apoio da B3 Social, da CAPES e do CNPq, além da Sociedade Brasileira de Matemática (SBM). A competição é promovida pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e pelo Ministério da Educação (MEC).