Há dez anos, em 12 de agosto de 2014, o Brasil celebrava um marco histórico na ciência mundial: a entrega da Medalha Fields ao matemático brasileiro Artur Avila. O prêmio, conhecido como o Nobel da Matemática, é concedido pela União Matemática Internacional (IMU) a cada quatro anos a matemáticos de até 40 anos de idade que tenham realizado contribuições extraordinárias à área.
Avila é o único pesquisador formado no Hemisfério Sul a receber a Medalha Fields. A honraria foi um dos fatores a levar o Brasil a ocupar um dos degraus mais altos da matemática, o grupo 5, a elite, integrada pelos países mais avançados na disciplina.
Com 35 anos à época, Avila já era reconhecido internacionalmente por seus trabalhos inovadores em sistemas dinâmicos, uma área da matemática que estuda a evolução de fenômenos variados no tempo. O pesquisador atacou uma série de problemas que desafiaram a comunidade científica por décadas.
“Artur Avila trabalha com uma potência técnica formidável, com a engenhosidade e a tenacidade de um mestre solucionador de problemas e com um faro infalível para questões profundas e significativas”, divulgou a instituição, na ocasião da entrega do prêmio, que ocorreu em Seul, na Coreia do Sul.
Doutor e mestre pelo IMPA, onde iniciou a carreira aos 17 anos, Avila concluiu o pós-doutorado na França. No país, ele assumiu o cargo de diretor de pesquisa do CNRS (Centro Nacional de Pesquisa Científica, órgão do governo francês), onde ao lado do IMPA, se estabeleceu como uma das mentes mais brilhantes da matemática contemporânea. Em 2018, ele se mudou para a Universidade de Zurique, na Suíça.
Para Marcelo Viana, diretor-geral do IMPA, “a medalha Fields é um reconhecimento do talento excepcional do Artur. Mas não teria sido possível identificar e lapidar esse talento inteiramente no nosso país se não fosse pelo extraordinário avanço alcançado pela matemática brasileira como um todo em apenas sete décadas. Então essa medalha é também uma façanha da nossa comunidade matemática e, talvez, a maior conquista da ciência brasileira até hoje.”
A honraria foi uma coroação de anos de dedicação e brilhantismo, consolidando o nome do Brasil no cenário científico mundial.
“Nesta última década, o Brasil se firmou como uma das potências da matemática mundial, como comprova a nossa ascensão ao grupo de elite da União Matemática Internacional e os inúmeros prêmios e distinções internacionais concedidos a pesquisadores brasileiros”, concluiu Viana.
Sobre a Medalha Fields:
A Medalha Fields é entregue desde 1936 pela União Internacional de Matemática a até quatro matemáticos com menos de 40 anos, que tenham realizado contribuições excepcionais à área. A medalha é considerada a mais alta distinção na área. A próxima honraria será entregue em 2026.
Para conhecer mais sobre a trajetória de Artur Avila, acesse o vídeo produzido pela Fundação Simons aqui.